segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Caio e as pequenas epifanias


Caio e as pequenas epifanias


Esta crônica publicada no Estadão em 22 de abril de 1986 foi copiada, xerocada, passada de mão em mão. Hoje habita a internet. É uma das mais belas, delicadas e singelas da crônica brasileira, esse estilo tão nosso, tão singular deste país. Uma pérola.

Pequenas epifanias



"Dois ou três almoços, uns silêncios.Fragmentos disso que chamamos de “minha vida”. Há alguns dias, Deus – ou isso que chamamos assim, tão descuidadamente, de Deus –, enviou-me certo presente ambíguo: uma possibilidade de amor. Ou disso que chamamos, também com descuido e alguma pressa, de amor. E você sabe a que me refiro.Antes que pudesse me assustar e, depois do susto, hesitar entre ir ou não ir, querer ou não querer – eu já estava lá dentro. E estar dentro daquilo era bom. Não me entenda mal – não aconteceu qualquer intimidade dessas que você certamente imagina. Na verdade, não aconteceu quase nada. Dois ou três almoços, uns silêncios. Fragmentos disso que chamamos, com aquele mesmo descuido, de “minha vida”. Outros fragmentos, daquela “outra vida”. De repente cruzadas ali, por puro mistério, sobre as toalhas brancas e os copos de vinho ou água, entre casquinhas de pão e cinzeiros cheios que os garçons rapidamente esvaziavam para que nos sentíssemos limpos. E nos sentíamos.Por trás do que acontecia, eu redescobria magias sem susto algum. E de repente me sentia protegido, você sabe como: a vida toda, esses pedacinhos desconexos, se armavam de outro jeito, fazendo sentido. Nada de mal me aconteceria, tinha certeza, enquanto estivesse dentro do campo magnético daquela outra pessoa. Os olhos da outra pessoa me olhavam e me reconheciam como outra pessoa, e suavemente faziam perguntas, investigavam terrenos: ah você não come açúcar, ah você não bebe uísque, ah você é do signo de Libra. Traçando esboços, os dois. Tateando traços difusos, vagas promessas.Nunca mais sair do centro daquele espaço para as duras ruas anônimas. Nunca mais sair daquele colo quente que é ter uma face para outra pessoa que também tem uma face para você, no meio da tralha desimportante e sem rosto de cada dia atravancando o coração. Mas no quarto, quinto dia, um trecho obsessivo do conto de Clarice Lispector – Tentação – na cabeça estonteada de encanto: “Mas ambos estavam comprometidos. Ele, com sua natureza aprisionada. Ela, com sua infância impossível”. Cito de memória, não sei se correto. Fala no encontro de uma menina ruiva, sentada num degrau às três da tarde, com um cão basset também ruivo, que passa acorrentado. Ele pára. Os dois se olham. Cintilam, prometidos. A dona o puxa. Ele se vai. E nada acontece.De mais a mais, eu não queria. Seria preciso forjar climas, insinuar convites, servir vinhos, acender velas, fazer caras. Para talvez ouvir não. A não ser que soprasse tanto vento que velejasse por si. Não velejou. Além disso, sem perceber, eu estava dentro da aprendizagem solitária do não-pedir. Só compreendi dias depois, quando um amigo me falou – descuidado, também – em pequenas epifanias. Miudinhas, quase pífias revelações de Deus feito jóias encravadas no dia-a-dia.Era isso – aquela outra vida, inesperadamente misturada à minha, olhando a minha opaca vida com os mesmos olhos atentos com que eu a olhava: uma pequena epifania. Em seguida vieram o tempo, a distância, a poeira soprando. Mas eu trouxe de lá a memória de qualquer coisa macia que tem me alimentado nestes dias seguintes de ausência e fome. Sobretudo à noite, aos domingos. Recuperei um jeito de fumar olhando para trás das janelas, vendo o que ninguém veria.Atrás das janelas, retomo esse momento de mel e sangue que Deus colocou tão rápido, e com tanta delicadeza, frente aos meus olhos há tanto tempo incapazes de ver: uma possibilidade de amor. Curvo a cabeça, agradecido. E se estendo a mão, no meio da poeira de dentro de mim, posso tocar também em outra coisa. Essa pequena epifania. Com corpo e face. Que reponho devagar, traço a traço, quando estou só e tenho medo. Sorrio, então. E quase paro de sentir fome.
Caio Fernando de Abreu

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Caderno de Receitas: Dicas de saúde - parte II

Caderno de Receitas: Dicas de saúde - parte II: "HÁBITOS QUE PREJUDICAM O CÉREBRO (matam neurônios) 1. Não tomar o café da manhã A pessoa que não toma o café da manhã tem baixo nível de aç..."

cozinha neka.mp4

So mesmo vendo a Neka em ação na sua cozinha para me lembrar porque me interessei pelas panelas por volta de 1993. Prover alimentos assim é emocionante...

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

sábado, 4 de dezembro de 2010

Beijando-se sob a arruda...



A Tradição do Ramo de Visco
O visco (ou mistletoe, em inglês) é um arbusto parasita com frutos entre brancos e rubros (fig. acima). A tradição na Irlanda, na Inglaterra e na Escócia, é pendurar um ramo de visco na aldrava ou na trave do caixilho da porta de casa durante o ciclo natalino (que segue até o Dia de Reis, no 6 de janeiro). Em geral o arranjo é disposto de forma arredondada e com fitas amarelas ou vermelhas - do tipo que se vê em cartões de Natal. Na falta do visco, as pessoas também usam ramos de pinheiro e azevinho. Esse costume de reverenciar o visco parece vir de tradições pré-cristãs, celtas, relacionadas a druídas e outras entidades. Acreditava-se que a planta possuía poderes mágicos. Shakespeare a cita no Ato I de sua peça Titus Andrônicus: "Superada pelo musgo e o maligno visco". De onde se depreende que, na tradição original, a função do visco seria algo como dissipar o mal-olhado que se dirigia à frente de casa. Reza a tradição moderna, cristã, que se duas pessoas se encontrarem ao mesmo tempo debaixo de uma rama de visco, devem trocar um beijo. Daí que em 1971 a cantora norte-americana Aretha Franklin tenha gravado uma canção de Natal intitulada Kissing by the Mistletoe (Beijando-se sob o Visco).



quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Cozinheiro "chefe"...



Precisou de uma consultoria, um cozinheiro para um jantar íntimo ou um banquete para 1000 pessoas.... pode me chamar! E antes que comece a polêmica, nome do meu blog é uma homenagem a um livro do Oswalde de Andrade! Visite o meu blog e saiba um pouco mais sobre este otimo livro...por acaso la tem umas receitinhas, músicas, trechos de filmes...

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Palitos de casca de laranja



Palitos de casca de laranja
1/2 k de casca de laranja
250 gr de açúcar cristal
Faça ferver as cascas de laranja em calda rala de açúcar durante 20 minutos.
Retire-as da calda e deixe escorrer numa peneira, atéque fiquem bem secas.
Corte as cascas de laranja em palitos finos.
Passe-os peloaçúcar cristal e deixe secar de 6 a 8 hs em localseco.
Conserve os palitos em latas ou vidros bem fechados.
É um petisco delicioso pra acompanhar um café, parautilizá-lo em outras receitas, e também coberto comchocolate meio amargo: banhe-o no chocolate derretidoe coloque para secar.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Belo Horizonte em 1949 - 2 de 2

Belo Horizonte em 1949 - 1 de 2

Um prato chamado Kaol


Em meio à muvuca do centro da cidade de Belo Horizonte em Minas Gerais, o Café Palhares foi fundado em 1938 pelos irmãos Antônio e Nilton Palhares Diniz. Em 1944, o estabelecimento foi vendido ao uberabense João Ferreira – o Seu Neném – e seu cunhado Aziz. Conhecido por ser a casa do Kaol, o local é hoje administrado por João Lucio e Luiz Fernando, filhos de Seu Neném.

O Café Palhares sempre funcionou no mesmo endereço, na Rua Tupinambás quase esquina com a Avenida Afonso Pena, Belo Horizonte - MG. Quem ali chega, vê uma placa dependurada na parede com o seguinte dizer: “Ser mineiro é comer um Kaol”. A frase reflete a importância que um único prato exerce na vida dos moradores locais.

Batizado pelo radialista e boêmio Rômulo Paes, o Kaol nada mais é do que as iniciais de cachaça (cujo “c” foi trocado pelo “k” para dar mais pompa ao prato), que costumava preceder as refeições, arroz, ovo, e lingüiça. Com o passar do tempo, a receita foi incrementada. A partir da década de 70, o Kaol ganhou farofa e couve e, nos anos 80, um pouquinho de torresmo. Atualmente, a lingüiça pode ser trocada por pernil, carne cozida, dobradinha, língua, ou peixe. Antes de ser servido, cobre-se o prato com molho de tomate para deixá-lo mais saboroso e molhadinho.

Quem chega ao Palhares na hora do almoço costuma encontrá-lo lotado. Muitos se surpreendem com a pequenez do local; vinte e poucos assentos posicionados ao redor de uma bancada em U. Apesar disso, a espera não costuma demorar devido a alta rotatividade dos clientes. Enquanto isso, pode-se pedir um bolinho de bacalhau ou admirar a bela cafeteira antiga sobre o balcão.

Depois de assentado, a maioria dos clientes pede o Kaol. Porém, há quem peça um “boné” ou um “chapéu”. Tais designações são referências ao Kaol servido em um marmitex; o primeiro em tamanho pequeno, e o segundo, grande. Após ter feito o pedido, o prato é apresentado ao cliente em questão de segundos. Recomenda-se casá-lo com um chope bem gelado. Assim, o Kaol, uma entidade da gastronomia mineira, fica ainda
mais gostoso

domingo, 18 de julho de 2010

BOLO CREMOSO DE FUBÁ


No liquidificador vão primeiro os secos - 1 xícara e meia de fubá, 2 xícaras de açucar e 2 colheres de sopa de farinha de trigo (cheias). Na sequência, 2 colheres de margarina, 4 xícaras de leite, 3 ovos e 1 pitada de sal. Depos de bater bem é só acrescentar 1 pacote de queijo ralado (100gr), raspas de limão e 1 colher sopa de fermento em pó, misturar bem, colocar em fôrma untada e enfarinhada e levar para assar em forno pré-aquecido.

O que precisa ser dito sobre esse bolo...

. o recheio cremoso vai ficar bem no meio do bolo e ele deve ficar mais molinho, lembrando mesmo um creme;
. não se assuste com a consistência do bolo quando você bater no liquidificador - ele fica bem líquido mesmo, feito um pudim, e você pode até pensar que aquilo não vai virar bolo nunca, mas vai, believe me;
. esse não é um bolo que cresce horrores... ele fica macio, mas não é daqueles tipos de bolo fofíssimos, que levam clara em neve, óleo e talecousa;
. o pulo do gato dessa receita: o ideal é usar uma forma média (eu usei uma retangular nr. 2) e alta, porque se a fôrma for muito grande e baixa o creme de queijo não se separa legal;
. eu gosto desse bolo assim, cortado em quadradinhos, mas se você quiser usar uma fôrma redonda, tudo bem... só não esqueça que ela não deve ser muito grande;
. o bolo estará pronto quando estiver dourado, mas pode ser que no teste do palito ainda não saia completamente limpo - isso acontece por causa do creminho do meio.

ROSBIFE DE FILE MIGNON

Rosbife (em inglês: roast beef) é um corte de carne bovina (filé mignon, contrafilé ou lagarto) assado no forno, para posteriormente ser fatiado e usado em diferentes pratos.

Na Europa, particularmente na Inglaterra, o rosbife está associado ao prato principal do domingo. Na Austrália o rosbife é o prato tradicional servido no jantar de domingo. No Brasil, também é encontrado na forma de embutido de carne bovina, normalmente é a carne usada na receita do beirute

.Esta técnica de preparo, é perfeita e muito fácil e muda bastante o jeito de se preparar a carne, que no final, fica muito macia e no ponto ideal.

Vamos aos ingredientes:

1 pedaço de filet mignon (eu usei apenas 1/2 kg, mas você pode fazer com o filet inteiro)

4 colheres de azeite

Sal e pimenta

Barbante para amarrar a carne

Modo de fazer:

Amarre a carne com o barbante, dessa forma:

Leve-a para selar numa frigideira/assadeira que possa ser levada ao forno. É importante que o mesmo local em que for selada a carne, seja levado ao forno, porque vamos aproveitar tudo o que grudar nesse local, entenderam?

Eu tenho uma panela que faz esse trabalho, mas se você não tiver, utilize uma assadeira de bolo mesmo. Leve o azeite para esquentar e a carne para selar, até ficar bem passada, assim:

Nesse ponto, leve ao forno bem quente (250 graus) durante 15 minutos. Na metade desse tempo, retire, tempere com sal e pimenta, e retorne ao forno para finalizar.

Assim que terminar esse tempo, embrulhe o filet mignon em papel alumínio e deixe-o descansar por mais 15 minutos. Essa etapa é bastante importante, pois o suco da carne vai voltar para as fibras, deixando-o bem macio e suculento no resultado final.

Após essa etapa, leve o suco que sobrar dentro do papel alumínio para a frigideira. O líquido vai fazer com que tudo que ficou grudado (e que tivemos o cuidado de preservar) seja incorporado ao molho da carne. Esse processo se chama deglacear. Coe o molho obtido e reserve.

Fatie a carne em pedaços de 1 cm, ou se preferir, leve à geladeira e depois fatie em fatias bem finas.

Eu preferi servir bem quentinho, acompanhado do molho da própria carne.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

+ que receitas

http://maisquereceitas.com.br/
Orkut, Twitter, LinkedIn, Plaxo, Facebook... Cada vez mais as redes sociais se proliferam no universo virtual. Mas os internautas que apreciam a culinária ainda sentiam falta de um espaço dedicado exclusivamente à atividade da gastronomia. Sentiam! Em novembro de 2009, os empresários Felipe Perlino e André Svartam criaram o +QueReceitas, primeiro site de relacionamento voltado aos profissionais de gastronomia e amantes da culinária gourmet.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Fred Astaire - Puttin' On The Ritz (Club des Belugas Video Remix) HQ*****


Adoro Club des belugas!

Uma página do diário...

Club Des Belugas - Cats n Boys

O livro, o game, o filme!



Sera que um dia vira game? Sería demais!
A partir do livro "O Perfeito Cozinheiro das Almas deste Mundo", diário da garçonnière mantida por Oswald de Andrade entre 1918 e 1919, o Grupo de Pesquisa em Poéticas Digitais (ECA-USP) iniciou o desenvolvimento de um videogame no qual o personagem principal se perde na São Paulo de 1918 e visita interativamente vários ambientes nos quais vai aos poucos descobrindo a trama.
http://www.arte.unb.br/6art/textos/gil.pdf
E filme?
http://perfeitocozinheirodasalmas.blogspot.com/2009_01_01_archive.html

Bolas de pérola. Adorei!


Bolinhos de arroz com frango picante (Receita em Russo)










http://laperla-foto.livejournal.com/69778.html
Vou testar e depois te conto.
http://pinoycook.net/pearl-balls/

Obrigado Sara! Graças a Iara.Vou tomar amanhã com a Lara!



Sara! Iara! Lara!

hummmmmmmmmmm!!!!!!!!!!!!!!!!


Bolo Mousse de Chocolate & Suspiro

Ingredientes:
Para o Suspiro
6 claras
300 gr açúcar
3 colheres de cacau

Para a Mousse
30 gr de açúcar
300 gr de chocolate
120 gr de manteiga sem sal
8 gemas
180 gr de leite

Deve utilizar uma forma com fundo amovível.
É necessário papel vegetal


Preparação:

Bata as claras a 37º, não se esqueça de retirar entre 3 a 6 minutos à velocidade 3,5 (vá juntando o açúcar). Quando tiver o merengue feito junte as 3 colheres de cacau.
No papel vegetal desenhe 4 circunferências utilizando como molde a forma escolhida. Disponha o merengue sobre as circunferências tendo o cuidado de deixar cerca de 1 cm da marca efetuada. As placas de suspiro não devem ser grossas. Leve ao forno a 180º até ficarem cozidas. No fim deixe arrefecer sem retirar o papel vegetal. Reserve a restante parte do merengue que não utilizou para as placas de suspiro. Caso o suspiro se parta não se preocupe pois poderá utilizá-lo de igual modo.

Para a mousse no copo junte o leite, as gemas e o açúcar durante 5 minutos temp. 80º, vel. 4. Adicione o chocolate previamente partido e triture 25 seg. vel.6. De seguida junte ao preparado uma saqueta de gelatina royal em pó neutra, 70º vel 5 durante 30 segundos. Deixe arrefecer cerca de 4 minutos e envolva o chocolate com o merengue que sobrou.

Na forma disponha as camadas de suspiro intercalando-as com a mousse de chocolate. Se optar por aumentar o número de camadas de suspiro utilize 8 claras e não 6. Leve ao frigorífico cerca de 3 horas. Desenforme e decore-o com pequenas lascas de chocolate branco (utilizando para tal uma faca de serrilha). Cá por casa preferem que leve o bolo ao congelador pelo menos 1 hora antes. Atenção este bolo deve ser preparado no próprio dia, caso contrário deve mesmo ir ao congelador.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

domingo, 7 de março de 2010

Frutas e legumes da estação – Março

Adquirir produtos na época de colheita farta garante melhor qualidade, preços mais baixos, produtos mais frescos e saborosos.
Elis Regina já cantava: “são as águas de março fechando o verão…”, e com toda essa água anunciada não é de se estranhar que seja uma época de aumento nos preços das hortaliças, por isso que nenhuma é mencionada aqui.
Frutas da época:
Abacate
Banana Maçã
Banana Nanica
Banana
Prata
Caqui
Figo
Goiaba
Limão
Maçã Nacional
Pêra
Estrangeira
Tangerina Cravo
Uva Itália

Legumes da época:
Berinjela
Chuchu
Pepino
Quiabo
Milho Verde
Alho Nacional